sexta-feira, 14 de maio de 2010

A Representação do Eu na Vida Cotidiana

Dentre as várias perspectivas teóricas em Sociologia, podemos destacar como muito importante a proposta pelo sociólogo Erving Goffman. De acordo com ele, todo indivíduo, vivendo em sociedade, apresenta diferentes maneiras de agir e de se comportar, a depender da interação social em que está inserido. Em outras palavras, Goffman defende que a vida social é um palco, onde os indivíduos são atores que se apresentam (ou representam) diante dos demais (que se configurariam como o público).
A primeira vista, pode parecer que essa perspectiva defende que as pessoas são todas "falsas", que não tem opinião própria, que estão sempre fingindo... Contudo, após um exame mais apurado, podemos notar certos casos interessantes: imaginemos que "Fulano" trabalha em um consultório médico, como secretário. A postura de Fulano em seu trabalho é uma postura séria, compenetrada. Ele precisa apresentar-se com roupas ditas "sociais", limpas, bem passadas. Entretanto, Fulano, assim como o professor Rafael, adora o carnaval de Olinda. Anualmente, ele viaja para aquela cidade e "brinca" o carnaval, fantasiado de pirata, mendigo, pierrot, rei, médico, presidiário... A postura de Fulano neste momento é outra, é como se ele fosse uma outra pessoa, extrovertida, desinibida, alegre, bem diferente de quando ele está trabalhando.
Fulano não é bipolar, nem tem duas personalidades. Ele sabe, contudo, que, de acordo com sua interação social, precisa se comportar de formas diferenciadas. Ele sabe que precisa se apresentar de maneira diferente no trabalho e no Carnaval de Olinda. Em cada situação, ele precisa representar um papel diferenciado, adequado às situações sociais em que ele está inserido.
A teoria de Goffman atentou para esta peculiaridade da vida social, ressaltando justamente essa diferença na forma de se apresentar em público, na maneira de se portar e se comportar perante os outros indivíduos.
Isso posto, gostaria de propor um exercício: pensem em situação, nas suas próprias, de preferência, em que você se comporta de modo diferenciado, em que você se apresenta de forma distinta de acordo com o "público" com o qual você interage. Boa reflexão!

p.s.: Qual a relação do Coxinha (Garras da Patrulha), do Parry, o Ornitorrinco (desenho do Phineas e Ferb) e do Bruce Wayne (Batman) com essa teoria?

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Atenção, 1º ano!!!

Meus caros,

gostaria que todos, especialmente, como frisei, os alunos do 1º ano, lessem com atenção o texto abaixo. Ele foi escrito há 5 anos, é bem simples, mas pode ajudar vocês a entenderem melhor o contexto do surgimento da Sociologia como ciência. Dêem uma lida nele, reflita. Ele serve como complemento para o texto que trabalhamos em sala. Boa leitura!!!!!

Influências sociais e intelectuais da Sociologia
O movimento Iluminista foi grande influência para a Revolução Francesa. Esta e a Revolução Industrial, bem como as conseqüências diretas do Iluminismo, foram três condições que, reunidas, propiciaram o nascimento da Sociologia.
Depois do movimento das Luzes, a humanidade deixou de acreditar com absoluta certeza nas verdades teológicas. Com a idéia de que o conhecimento racional é o válido, passou-se a buscar “verdades”, explicações para o mundo, desvinculadas da idéia divina ou religiosa. Houve a necessidade de uma “dessacralização” ou uma “secularização” dos modos de pensar e entender o mundo.
A Revolução Francesa de 1989 marca o início da sociedade moderna. O regime feudal e o Absolutismo entraram em crise a partir desta data. A exemplo da luta do povo francês por direitos iguais, houve no mundo uma generalizada busca por Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Algumas colônias se rebelaram e surgiram movimentos revolucionários dentro de outros países europeus. Com a busca de uma revolução do Antigo Regime, a Revolução Francesa marca a derrocada do modo de vida e da mentalidade medieval.
Com a Revolução Industrial, o modo de produção feudal declinou definitivamente. O advento das máquinas trouxe a possibilidade de uma produção fabril maior, melhor e mais barata. Os camponeses, expulsos do campo, migraram para as cidades e começaram a trabalhar como operários nas fábricas. A delineação da luta de classes, trabalhadores “versus” capitalistas, começava a aparecer.
Neste complexo contexto, a Sociologia surge como uma ferramenta para entender essa nova conjuntura e para tentar explicar o mundo de forma temporal, secular. Na sua gênese, ela caracterizou-se: por tentar fornecer essa explicação; pela participação de seus teóricos em grandes movimentos sociais, o que lhe conferiu certo caráter “utilitarista”. A bem da verdade, os primeiros sociólogos eram mais filósofos que cientistas sociais. Eles não possuíam metodologias próprias e isso só vai aparecer certo tempo depois. O início da Sociologia é marcado, portanto, pela participação de filósofos que, pensando a realidade social e a ação humana, buscavam dar-lhe significado e, com esse novo conhecimento, modificar a sociedade em que viviam.
A importância desses filósofos “sociológicos” não deve ser menosprezada. Eles constituíram grandes fontes de influência no pensamento sociológico posterior, já com metodologia própria. Durkheim, Weber e Marx têm em suas obras traços dos estudos dos pioneiros, evidenciando a importância destes pensadores no pensamento sociológico mundial.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Surpresa, Wandel!!!!

Ta-í, Wandel, criei o blog!!!!

A pedido e por sugestão do professor Wandel Varela, acabo de criar este blog para trocar informações com os alunos da EEEP José Maria Falcão (em particular) e com todos os interessados em discutir e aprender Sociologia. Espero que os alunos gostem dessa nova forma de interação!

Amanhã, já posto um pequeno texto, especialmente destinado aos alunos do 1º ano.

Abraços!!!